segunda-feira, 25 de junho de 2007
quinta-feira, 14 de junho de 2007
Não existe criatividade mediana.
Não existe criatividade mediana.
Afinal de contas, que raios é criatividade? (pausa)
Bom, segundo o Wikipedia (the all speaking mouth):
“Existem várias definições diferentes para criatividade. Para Ghiselin (1952), "é o processo de mudança, de desenvolvimento, de evolução na organização da vida subjetiva". Segundo Flieger (1978), "manipulamos símbolos ou objetos externos para produzir um evento incomum para nós ou para nosso meio". Outras definições:
"o termo pensamento criativo tem duas características fundamentais, a saber: é autônomo e é dirigido para a produção de uma nova forma" (Suchman, 1981)
"criatividade é o processo que resulta em um produto novo, que é aceito como útil, e/ou satisfatório por um número significativo de pessoas em algum ponto no tempo" (Stein, 1974)
"criatividade representa a emergência de algo único e original" (Anderson, 1965)
"criatividade é o processo de tornar-se sensível a problemas, deficiências, lacunas no conhecimento, desarmonia; identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses a respeito das deficiências; testar e retestar estas hipóteses; e, finalmente, comunicar os resultados" (Torrance, 1965)
"um produto ou resposta serão julgados como criativos na extensão em que a) são novos e apropriados, úteis ou de valor para uma tarefa e b) a tarefa é heurística e não algorística" (Amabile, 1983)
Todo ser humano possui criatividade em diferentes habilidades. Acredita-se que a habilidade criativa das pessoas estejam de certa forma ligadas a seus talentos.”
Bem, notem que em todas as definições a criatividade é vista como algo que sai do lugar do comum, e propõe o novo. Enfim, vamos logo para o potencial criativo, segundo as definições da própria divindade Wikipedia, e entenderão o que quero dizer com o aforisma.
“Potencial Criativo”
potencial criativo humano tenha início na infância. Quando as crianças têm suas iniciativas criativas elogiadas e incentivadas pelos pais, tendem a ser adultos ousados, propensos a agir de forma inovadora. O inverso também parece ser verdadeiro.
Quando as pessoas sabem que suas ações serão valorizadas, parecem tender a criar mais. O medo do novo, o apego aos paradigmas são formas de consolidar o status quo. Quando sentem que não estão sob ameaça (de perder o emprego ou de cair no ridículo, por exemplo), as pessoas perdem o medo de inovar e revelam suas habilidades criativas.
Algumas pessoas acreditam que ver a criatividade como habilidade passível de desenvolvimento é um grande passo para o desenvolvimento humano, enquanto outras têm a visão de que a criatividade é uma habilidade inata, ligada a fatores genético/hereditários e, portanto, determinista.
Certas pessoas também admitem que a criatividade não tem necessariamente ligação com o quociente de inteligência (QI), que ela tem mais afinidade com motivação do que com inteligência. Outras pessoas, por outro lado, confirmam uma forte correlação entre QI e potencial criativo, especialmente para QIs abaixo de 120 e com uma correlação positiva leve acima de QI 120.”
Da hora, né? Agora, também devemos lembrar da criatividade artística. E com vocês, ele, o maioral, wiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiikipeeeeeediaaaa!:
“ Forma de expressão:
Arte e Cultura: O mundo da arte e da cultura é preeminentemente um mundo da criatividade, porque o artista não está diretamente ligado às convenções, dogmas e instituições da sociedade. O artista tem uma expressão criativa que é resultado direto de sua liberdade.”
Também existe a criatividade na Pesquisa e Desenvolvimento, e a criatividade no humor, as quais me nego a comentar, pois sou leigo demais nestes assuntos! (quem me conhece sabe dos trocadilhos sem graça que costumo fazer)
Agora, dando sequência ao meu pensamento inicial, notem, seja a criatividade artística, “livre” dos preceitos morais e ou sociais, e principalmente, sem necessidade alguma de qualquer forma de funcionalismo, ou a criatividade mais voltada para o meio social, onde as soluções surgem funcionando para amenizar ou acabar com problemas, uma coisa há em comum: A criatividade só é realmente criativa quando ela sai do convencionado, e propõe algo novo, mesmo que utilizando de elementos já convencionados, óbvio, ninguém é Deus para criar a partir do nada, mas todos são um pouquinho Deus para poder criar. E ainda, como avaliar a criatividade de uma pessoa, se essa avaliação está inserida no contexto de construção da mensagem? Afinal, quem avalia é um receptor também. Assim, ficando puramente subjetiva. É, meus amigos, existe muito mais inteligência no inconsciente do que imaginamos.
Ah, e mais uma coisa, prestaram atenção no nosso amigo Wikipedia quando ele falou sobre Potencial Criativo na infância?
Peço encarecidamente:
Pais, não enxam de porrada seus filhos quando eles chegaram em casa com a roupa nova, branca, toda suja de lama, ao brincarem de final do mundial de Motocross espacial dos mutantes verdes, com suas bicicletinhas, ainda com aquelas rodinhas laterais. Não descam o cacete na criançada que “pinta e borda” por aí, por favor. Entendo e concordo que, precisam de alguma disciplina, não podem se tornar monstrinhos de vez, pelo menos não todo o tempo, precisam entender o mundo em que vivem, mas tentem achar uma solução mais criativa para esse problema! Sem “podar” seus filhos.
Não cortem suas asas, se os amam de verdade, por favor.
Bom, não sei se cheguei a algum lugar, só tentei dar uma esclarecida na cognição desses meus aforismas.
A criatividade, que todos concordam, é realmente criativa?
Sejam loucos, meus amigos, pois são eles que fazem a diferença neste mundo.
Não acreditem em uma palavra do que eu digo, pois sou só um pirralho, ainda tenho muito o que aprender, e posso estar enganado.
E quando eu for velho e experiente, aí sim, terão ainda mais motivos para não acreditarem em uma só palavra do que digo.
Acreditem, desacretidando... ou duvidem, acreditando. O que acharem melhor.
quinta-feira, 3 de maio de 2007
Preso a você
Avatar da perfeição
Transcende o humano
com arte, beleza e paixão
Arte em cada gesto
Poesia em cada olhar
O arauto de Afrodite
A sonata ao luar
A cada acorde um desejo
A cada nota uma vontade
no palco dos meus sonhos
o voô solo à liberdade
Te vejo, e desejo
Te quero, sincero!
E espero, inquieto
Livrar-me da liberdade
Que fez em você minha prisão
sexta-feira, 30 de março de 2007
Adão Fodão
... E tudo isto fez com que Adão decidisse por um fim a sua agonia, de uma vez por todas! Acabar com a sua vida seria a única solução eminente. Ele estava decidido, e sabia que, apesar da coragem necessária, não hesitaria em descer na próxima saída.
Então o jovem Adão escolheu a hora para encerrar o espetáculo, seria dali a uma semana que as cortinas vermelhas desceriam. Sendo assim, na manhã seguinte, Adão não foi à faculdade, muito menos ao trabalho, sacou todo o dinheiro da sua conta e gastou em drogas, experimentou de todos os tipos, ficou conhecendo todas as sensações que nunca imaginou descobrir. Vendeu seu luxuoso carro do ano que servia para ostentar status e comprou uma Brasília muito, muito velha, porém, leva-o onde quiser.
No dia seguinte foi para a universidade com seu carro “novo”, o que foi motivo de chacota para muitos “amigos”. Entretanto, Adão pouco se importava com a situação, respondia-lhes:
_Foda-se, meu caro.
Aquele professor chato que ninguém na turma suportava mais uma vez começou a inferiorizar a classe, entretanto, Adão já sem medo da retaliação levanta-se da carteira e dirige as revoltosas palavras ao rabugento professor:
_Escuta aqui, seu merdão, ninguém aqui tem culpa se o seu pinto não sobe mais, ninguém aqui tem culpa se a sua mulher dá para o vizinho enquanto você está ocupado demais tentando elevar seu ego em convenções intelectualóides. Você não é feliz dando aula nessa merda de universidade privada, todos já notamos, mas guarde seus problemas para você, e pare de ficar descontando nos alunos, isto se ainda dá valor a esses seus dentes amarelos que ainda restam na sua boca, cuzão.
Pronto, fez-se o herói. Gritos e mais gritos exaltavam o novo super-homem. Não teve mais aula neste dia, todos saíram da sala e foram ao barzinho em frente à faculdade tomar cerveja e celebrar a vitória de Davi sobre Golias. A popularidade de Adão foi aos céus, e todas as patricinhas com rostinho de anjo e mente de diabo deram em cima dele, e ele de fato, passou a vara
Nos próximos dias Adão fez tudo o que tinha vontade, orgias e mais orgias, bacanais se tornaram uma breve rotina, não media a conseqüência pra nada, falava e fazia tudo o que desejava. Afinal, o que mais uma pessoa pode temer, a morte, era com hora marcada para ele. Adão festou, festou, e festou, todo o tempo. Era visto como a encarnação de Dionísio. Um avatar do bon vivant! Admirado pelos amigos, desejado pelas mulheres, invejado pelos inimigos.
Mas a hora de partir para o outro lado chegou, e Adão já não tinha mais vontade de suicídio, de fato amava sua vida, agora que aprendera que ela não tem valor algum, mas sim as coisas que faz durante ela. Para ele, agora não existia mais passado nem futuro, só o presente. Mas ele partiu. Partiu sem medo e sem olhar pra trás. E no seu velório ninguém chorou, todos sorriam e festejavam, memorando o legado de alegria que ele construíra na sua última semana de vida, que se pode dizer que fora a única realmente vivida.
Um dos seus amigos, ao se despedir do corpo, notou uma pequena tatuagem no pescoço dizendo:
“Aos meus leais amigos, espero que vocês morram em uma semana.”.
terça-feira, 27 de março de 2007
O Fabuloso destino de Camille - Capítulo I
Camille veio da Itália ainda criança, aos oito anos de idade, quando seus pais decidiram tentar a vida no Brasil. Teve uma infância muito difícil, o que a fez aprender a valorizar as oportunidades e as coisas que tem. Sempre fora boa aluna, geralmente a melhor da classe, os professores admiravam sua determinação nos estudos, mas os colegas nunca deram muita importância para ela, aliás, sua presença raramente era notada. Definitivamente, autoconfiança não era uma virtude para nossa amiga, ninguém sabe ao certo o que a levou a se tornar tão isolada e reprimida, mas é fato que andar sempre olhando para o chão dificultava repararem seus lindos olhos azuis. Ela era aquele tipo de pessoa com certa beleza exótica, você vê e acha bonita, mas sabe que nunca estrelaria uma novela da Globo.
Estar sempre longe do centro das atenções fez com que Camille criasse um olhar especial, demasiado observador das minúcias comportamentais. Assim, mesmo que crescera isolada, com poucos relacionamentos, ainda entendia muito sobre eles. Como aquele cara que nunca jogou futebol, mas aprendeu todo o esquema tático, só de prestar atenção, e daria um bom técnico!
Nossa ítalo-brasileira tem 18 anos de idade, e cursa o primeiro de ciências contábeis na universidade federal. Divide apartamento com uma garota quatro anos mais velha, chamada Alice, que é completamente o seu oposto. Desinibida, extravagante, sempre “causando” por aí. Alice cursa o 3º ano de comércio exterior, e é vista por muitos como superficial, e por muitos mais como uma “loira gostosona” que preza pela aparência acima de tudo. Já namorou diversos caras, sempre estúpidos desmiolados, mas com popularidade no seu círculo social, ou de família influente. O que todos sempre tiveram em comum, além do túnel de vento de uma orelha à outra, é uma lista de amigos no Orkut passando dos 990. Alice nunca soube o que é o amor, sempre atirou nos alvos errados, mas dessa vez ela se superou. Seu namorado é um jogador de futebol do time da cidade, que além de lhe trair frequentemente em festas regadas a absinto e cocaína, volta para casa muito louco e comete atos que a submetem a humilhações horrendas, entre quatro paredes. Como força-la a fazer sexo quando não quer e até mesmo faze-la engolir sua urina, contra a sua vontade.
Apesar de Camille falar muito pouco com Alice, que não para em casa, tem um carinho especial pela amiga, fruto da admiração de tudo aquilo que desejava ser e não é, presente na companheira. Com seu olhar observador sempre repara nas coisas que a amiga tenta lhe esconder, desconfia, e cria suposições, que geralmente estão certas.
Era madrugada de sexta para sábado, chovia forte, as gotas batiam violentamente na janela do apartamento fazendo um barulho muito chato, que impedia Camille de se concentrar nas leituras de algumas vertentes teóricas da economia moderna. Ela se levanta e vai ao espelho do banheiro lavar o rosto, nota que suas olheiras estão voltando, como tinha há uns 2 anos atrás, resultado da insônia que tem desde criança. Nessas horas de solidão, durante o calar da madrugada, Camille costuma refletir sobre a vida, suas possíveis escolhas, promete a si mesma ser uma pessoa mais confiante quando o dia amanhecer, mas costumeiramente não cumpre as promessas que faz a si mesma.
Ela prepara uma xícara de chá e se senta na poltrona ao lado da janela, com a cabeça encostada na parede observa a chuva cair, quando para um carro em frente ao prédio. Seu apartamento é no segundo andar, então ela identifica facilmente ser o carro do namorado de Alice. Ali, após poucos minutos, Alice é jogada para fora do carro, literalmente. Fica caída ao asfalto por um instante, enquanto o carro arranca em disparada, então ela levanta-se com dificuldade e caminha até a escadaria da entrada do prédio, onde senta num degrau e permanece chorando. O silêncio da madrugada só é quebrado pela chuva forte e seu pranto de dor e solidão.
Camille, que até então nunca interferia em problemas alheios, resolve descer e ajudar à amiga. Com sua camisola azul clara e uma caneta na cabeça servindo como prendedor dos cabelos desce as escadas rapidamente e vai até a porta de entrada do condomínio. Os olhos de Alice estão voltados para o chão, ela não quer olhar nos olhos da amiga, que lentamente se aproxima, sem dizer uma palavra, senta-se à sua frente, segura sua mão enquanto a olha com uma expressão serena, permanecendo em silêncio invés de dizer palavras de conforto ou demonstrar aflição diante da situação. Quando Alice então a encara nos olhos, Camille nota que provavelmente ela apanhou muito do namorado, seus olhos estão inchados e roxos, o nariz ainda sangra um pouco, bem como a boca. Porém Camille, ainda com a expressão serena, abre um leve sorriso e diz:
_Você está linda.
Estas palavras soam profundamente estranhas para Alice neste momento, que fica sem reação, até mesmo o choro é interrompido e substituído por uma expressão de espanto.
Então Camille aproxima seu rosto ao de Alice, parando na metade do caminho. Alice fica pasma nesse instante, e quando sua respiração volta Camille a beija suavemente, seus lábios mal chegam a encostarem-se aos da amiga. Elas se olham novamente, agora ambas com expressão de paz, e ficam ali, compartilhando beijos passionais e demorados, como pólos opostos tentando ser um só. Finalmente Alice conheceu o amor.
Viagem? Viajem!
As vezes quero tudo, quero fazer tanta coisa que acabo por fazer nada. Idéias lutam entre si tentando conquistar a prioridade, e por fim, acabam se enfraquecendo nesta guerra interna a ponto de se anularem por completo, ou melhor, se encolherem lá dentro, latentes, porém sem se externarem, sem dar as caras ao mundo. Apenas rascunhos de uma criação que poderia ser insignificante, ou genial, como saber agora que está retida neste coma eterno? Impossível de salva-la. Nunca mais será o que poderia ter sido. É uma pena que nossa criatividade seja limitada por recursos mundanos, porque em nossos diálogos com o eu interno, somos deuses, e assim como os deuses, criamos mundos, criamos universos. E é exatamente essa a delícia de ser um Deus. Poder criar.
Existem regras para a criação? Não, a criação é resultado da Vontade! Vontade é vida, vontade é liberdade. Você já se descobriu como Deus? É sublime! Um eterno orgasmo, o apogeu do prazer existencial. Realmente um caminho sem volta. A partir de hoje usaremos “Vontade” como sinônimo de vida, talvez seja ela o muro que separa estar vivo de existir. Talvez seja ela quem nos diferencia dos animais e das máquinas. A partir de hoje não oraremos mais, os deuses não querem nos escutar, querem que os escutemos, que nos abstenhamos da velocidade torturante que gira o mundo, dos toques dos celulares, dos fones de ouvido, para podermos ouvir seus sussurros nos indicando que caminho seguir, qual direção tomar.
E se eu te dissesse hoje que deves parar de olhar para o céu? Se lhe contasse que quem você sempre procurou está escondido dentro de você, te ama sempre te amou, e sempre esteve preparado para te ajudar, mas nunca o notara. Culpar-se-ia por todo o tempo perdido negando sua existência, ou passaria a ouvir com atenção cada palavra proferida por sua infinda sabedoria?
Querer o nada é querer alguma coisa, mas querer coisa alguma é muito mais difícil, sempre queremos algo, transcender isto é atingir o nirvana, mas desejando-o não o atingirá. Então qual a graça em conquistar um objetivo sem o querer de verdade? Acho que ainda há muito para eu aprender sobre o nirvana, ou para o nirvana aprender sobre mim.
Que delícia escrever sem ser usado pelo “delete” ou pelo “backspace”. Estas teclinhas são muito sedutoras e persuasivas, te fazem crer que você está as usando, quando na verdade é ao contrário.
Errar é humano, criar é divino. Não me envergonho dos meus erros, às vezes sim, é verdade, mas sem eles agora não estaria aqui. Ou justamente esteja aqui por um erro cometido? Isso faz me questionar se “erro” existe.